domingo, 19 de junho de 2011

Greve dos Professores x Deputado sem cadeira

                                                               direto do Blog do Romilson.


  Pra pensar:  Por que essa greve so foi deflagrada agora, em Junho?

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Assim caminha a educação no Mato Grosso


17/06/2011

Trabalhadores da educação realizam ato público na segunda-feira

Depois, o movimento segue para a Praça Ulisses Guimarães para montar acampamento

Devido à falta de uma nova proposta por parte do governo do Estado, os trabalhadores da educação aprovaram a continuidade da greve por tempo indeterminado até que o piso salarial de R$ 1.312,00 seja implantado. Na segunda-feira (20), será realizado um ato público, às 14h, em frente à Secretaria de Estado de Educação (Seduc/MT). De lá, o movimento segue para a Praça Ulisses Guimarães, onde será montado um acampamento. Na próxima quarta-feira (22), farão uma vigília em frente o Palácio Paiaguás, para cobrar posicionamento do governador Silval Barbosa.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Gilmar Soares Ferreira, a mobilização deve ser incentivada, daí a aprovação do acampamento. Serão organizados grupos de trabalho para agregar mais trabalhadores ao movimento. Também serão convocadas três pessoas de cada município para compor o acampamento e incentivar a participação dos trabalhadores do interior do Estado. O sindicalista considerou fraca a interlocução feita pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Para ele, falta vontade política para garantir educação de qualidade para a população.
Os trabalhadores da educação também reivindicam pagamento das horas atividades para professores contratados, posse imediata dos professores aprovados e avanço na lista dos classificados nos concursos. O movimento grevista quer garantir ainda que os professores tenham condições de se dedicarem integralmente aos seus alunos, sem a necessidade de terem dois ou mais empregos. Além disso, defendem mais investimentos na estrutura das escolas para que educação de qualidade seja levada efetivamente à população.
A aplicação do piso salarial de R$ 1.312,00 reivindicado pela categoria não está fora da realidade financeira de Mato Grosso. Se esse valor já fosse praticado, a folha de pagamento da pasta custaria pouco mais de R$ 760 milhões, o que equivale a 57,82% da arrecadação estadual da Educação. Portanto, não ultrapassa os 60% que devem ser destinados ao pagamento de salários dos profissionais da educação. A análise está baseada no estudo feito pelo Sintep/MT e que não foi contestado pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc).



Fonte: Pau e Prosa Comunicação

quarta-feira, 15 de junho de 2011

A utopia da efetiva Gestão Democrática na escola

                                                    Gestão Ditatocrática
Fevereiro de 2011

  Às vezes me pergunto por que é tão difícil a efetivação da Gestão Democrática na escola, é óbvio  que estou a pesquisar, mas ainda não encontrei respostas.
 Os costumes da ditadura estão impregnados no ambiente escolar, a saber: Filas para entrar nas salas, Hino Nacional, Estadual, Municipal e até da Independência são entoados todos os dias de aula. Nas salas, é lógico, o domínio do professor (a) com as aulas expositivas e os alunos (as) apáticos  sentados em fileiras ( Ai daquele professor (a) que tentar inovar). Não será facilmente aceito (a) até porque os alunos (as), acomodados ao quadro cheio e as perguntas e respostas prontas, dirão que este professor (a) não sabe dar aulas.
 E a eleição para Diretor? Verdadeira piada, geralmente há apenas uma candidatura, a alternativa é entre o sim e o não, e com  este método de ditadura em sala de aula os alunos não estão preparados para refletir e entender as relações de poder que permeiam o ambiente escolar.  Mais complicado ainda é quando se mora em uma cidade que em média 50% da população tem seu contra cheque assinado pelo prefeito (a) e as famílias são coagidas - ops! Convidadas - a votar no candidato (a) a diretor (a)  que o Prefeito (a) apóia - mesmo que a eleição seja do Sistema Estadual de Ensino - portanto não deveria ter nenhuma relação com o poder municipal.
 E a eleição para escolha do coordenador? Onde se lê na Normativa enviada pela Secretaria de Educação   " A coordenação escolar deve ser escolhidas entre os pares". Entendem que os pares são somente os professores efetivos, os interinos que são a maioria não participam da eleição.
 Eu poderia ainda falar da escolha/indicação para Sala de Superação, Sala de Articulação, Biblioteca, etc.
  O dia a dia de uma escola neste formato é ainda mais complicado, a Gestão Escolar tomam as decisões isoladas, alunos são  retirados das salas de aula e  enviados para casa porque os pais não compareceram as  reuniões escolares, ou são mandados para casa porque não estão de uniforme, fazem reuniões intermináveis para discutir um regimento que o assunto mais importante é o  " Conselho disciplinar" a penalização dos alunos através da suspensão ou trabalhos prestados no ambiente escolar, e mais uma vez fico indignada e formulo uma pergunta " que não quer calar" a Gestão da escola conhece o ECA?           
  O Protagonismo Juvenil em uma escola assim é sufocado, quando deveria ser fomentado, e se algum professor (a) tem a coragem de discordar de tudo isso, é persona non grata, "barraqueiro", intransigente, são vários os adjetivos.
  Mas como "sou brasileiro e não desisto nunca" e estou relendo o grande Humanista Inglês, Thomas More, tenho a utópica esperança de que melhores dias virão; os alunos e as alunas serão convidados a participar, ou melhor, clamarão por participação no Regimento da escola, no PPP, nas reuniões pedagógicas, nos conselhos de classe, formarão várias chapas para a disputa do Grêmio Estudantil e serão sábios o suficiente para entenderem que nesta disputa não há vencedores e vencidos, todos unidos buscarão o bem comum.
 Na eleição para direção haverá dois, três e até quatro candidatos (as) com propostas firmes de gestão, e o que for eleito terá sabedoria para gestar a escola como uma mãe gesta um filho tão amado. Este gestor saberá ouvir a todos, principalmente as criticas e não tomará as decisões isoladamente, todos os segmentos da escola terão participação efetiva.
 Agora chega de devaneios, já são mais de 00: hs e preciso dormir para acordar para o real sábado de trabalho com o GED, correção de textos e planos de aulas.
Obs: Não estou generalizando, sei que em algumas poucas escolas de Mato Grosso, a Gestão Democrática de fato  acontece.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Maior jornal do Brasil processa blog
independente e inaugura um novo
tipo de censura

Ação inédita na Justiça está sendo boicotada pela mídia brasileira, que é dominada por poucas famílias, e abre um precedente terrível para todos os blogueiros do país
A exemplo do que aconteceu na eleição do Obama e em outros pleitos na Europa, na recente disputa presidencial brasileira, que terminou com a eleição da candidata de Lula (Dilma Roussef), a internet teve peso inédito na campanha eleitoral. A atuação de centenas de blogs foi especialmente importante porque, em sua maioria, eles apoiaram a candidata de esquerda (Dilma) e, por outro lado, praticamente toda a mídia convencional (rádio, TVs, jornais e revistas) defendeu fortemente o candidato de oposição, José Serra, que formou uma poderosa coalização política-midiática-religiosa conservadora — que acabou derrotada. A importância da Internet ficou óbvia no último dia 24 de novembro, quando Lula concedeu a primeira entrevista de um presidente brasileiro exclusiva para blogueiros. Foi um claro reconhecimento à sua importância e ao contraponto que eles fizeram à mídia tradicional.
Em meio a esse cenário, surgiu em setembro um blog chamado Falha de S.Paulo, uma paródia ao maior jornal brasileiro, a Folha de S.Paulo. Em português, “Folha” é uma das formas de referir-se a um jornal. E “Falha” significa falha. Era um blog recheado de fotomontagens, brincadeiras e críticas ácidas ao noticiário da Folha. Eram críticas sempre bem-humoradas, porém duras. Para se ter uma ideia, uma das montagens de maior sucesso (e mais irônica) punha o rosto do dono do jornal, Otavio Frias Filho, no corpo de Darth Vader. Pois bem: após um mês no ar o jornal entrou na Justiça para censurar o blog. Pior: conseguiu. Ainda pior: além de conseguir cassar o endereço, a Folha abriu um processo de 88 páginas contra os criadores do site, pedindo indenização em dinheiro por danos morais.
O jornal alega “uso indevido de marca”, por causa da semelhança entre os nomes Folha e Falha e porque o logotipo do site era inspirado no do jornal. A paródia foi criada por dois irmãos (Lino e Mário Ito Bocchini) que não têm ligação com nenhum partido político ou qualquer outra entidade. São duas pessoas “avulsas”, o primeiro jornalista e o segundo, designer. E agora os irmãos estão tendo uma dificuldade brutal (e gastando bastante dinheiro) para se defender na Justiça de uma ação volumosa do maior jornal do país. E a previsão dos advogados e professores de direito ouvidos pela dupla é a de que a Folha deve ganhar a ação, mais por ser uma companhia grande e poderosa e menos pelo mérito da questão em si.
Aqui entra o motivo pelo qual os irmãos Bocchini resolveram levar a questão para além das fronteiras do país: no Brasil, menos de 10 famílias dominam os grandes meios de comunicação. E uma dessas famílias é justamente a Frias, que ficou incomodada com a Falha de S.Paulo e suas brincadeiras como a do Darth Vader. Por corporativismo, nunca um órgão de uma família noticia algo relacionado à outra. É uma espécie de tradição brasileira. A censura de um blog, ainda mais seguida de um pedido de indenização, é uma ação judicial inédita no Brasil. Por conta disso, os irmãos Bocchini estão sendo chamados a diversos eventos de comunicação, convidados a dar palestras etc. Estão recebendo muita solidariedade de blogueiros e ativistas por liberdade de expressão de todo país, e figuras públicas como o ex-ministro Gilberto Gil gravaram depoimentos condenando a censura e o processo da Folha. Mesmo assim jornais rádios, TVs e revistas seguem ignorando completamente o assunto.
A preocupação geral é que, se o jornal ganhar essa ação inédita (como tudo indica que vá acontecer), um recado claro estará dado às demais grandes corporações brasileiras, sejam de comunicação ou não: se alguém incomodar você na Internet, invente uma desculpa como essa do  “uso indevido de marca”. A Justiça irá tirar o site do ar e ainda lhe conseguir uma indenização em dinheiro. Ou seja, está nascendo um novo tipo de censura em nosso país, justamente pelas mãos de quem vive da liberdade de expressão. E não estamos conseguindo furar o bloqueio da mídia convencional, dominada pelas tais poucas famílias que já dissemos. Por isso só nos resta agora apelar para o exterior.


O novo site dos irmãos Bocchini, o www.desculpeanossafalha.com.br tem todos os detalhes da censura. Os posts são em português, mas lá você confere esse texto em inglês, francês ou espanhol. E pode escrever em qualquer uma dessas línguas para desculpeanossafalha@gmail.com

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

DIRETO DO BLOG DO AZENHA "VI MUNDO O QUE VOCÊ NÃO VÊ NA MÍDIA"

O que os gringos estão falando sobre a mãe de todos os vazamentos

December 7, 2010, 9:00 pm

Is Julian Assange Helping the Neocons?
By ROBERT WRIGHT, no blog Opinionator, do New York Times
Agora sabemos que nosso governo está mentindo para a gente sobre o envolvimento de nossas tropas em operações de combate no Paquistão. O Pentágono tinha dito que a missão de soldados americanos estava restrita a “treinamento de forças paquistanesas para que elas pudessem treinar militares paquistaneses”, mas na verdade nossas forças estão engajadas em unidades militares paquistanesas, dando a elas informações eletrônicas e outro tipo de apoio para matar o inimigo.
Sabemos disso por causa do WikiLeaks. É também graças ao WikiLeaks que sabemos do arranjo dos Estados Unidos com o presidente do Iêmen: matamos terroristas baseados no Iêmen e ele diz que é o Iêmen que está matando.
Nestes casos, penso, o WikiLeaks está fazendo o trabalho de Deus. Concordo que há razões táticas para estas duas mentiras, mas vejo que elas atropelam o direito básico dos cidadãos em uma democracia de saber quando o dinheiro deles está sendo usado para matar gente — especialmente quando estas pessoas vivem em países que não estão em guerra conosco. Assim, se vamos calcular o karma do Julian Assenge, eu colocaria isso na coluna do positivo.
E calcular é preciso. Assange vai presumivelmente ser escolhido a “Pessoa do Ano” da revista Time e a publicação com certeza vai nos lembrar que o prêmio reconhece impacto, não virtude; Hitler e Stalin foram ganhadores no passado. Ficará por nossa conta colocar Assange entre os bons ou os diabólicos. Vamos começar.
Assange tem razões elaboradas para suas ações. Ele as descreveu em um grandioso manifesto online que vai do plausível (“Se o poder conspiratório total é zero, não há conspiração”) ao metafórico-excêntrico (“Como computar uma conspiração? Computando a próxima ação”) ao opaco. Mas o argumento central é claro. Ele acredita que um problema básico do mundo são os “regimes autoritários”, um termo que usa — em forte contraste com o uso nos Estados Unidos — aplicado aos Estados Unidos.
Um regime autoritário, ele diz, oprime as pessoas e mantém seus planos secretos. A transparência arranca o véu, expondo os planos. E transparência radical — como a avalanche de informações do WikiLeaks — faz com que regimes autoritários guardem suas futuras comunicações internas. Isso faz com que o regime tenha um funcionamento inadequado. Na medida em que “mais vazamentos induzem a medo e paranoia”, nós veremos “declínio cognitivo sistemático, resultando em menor capacidade para se manter no poder”. (A esse respeito, como o jornalista Glenn Greenwald notou, Assange é como Osama bin Laden: eles quer que o inimigo reaja a suas provocações de forma autodestrutiva).
Assange escreveu isso em 2006, e é difícil imaginar que não tinha em mente o governo Bush. Certamente Bush queria centralizar o poder, não era grande defensor das liberdades civis e algumas vezes manteve as violações que promoveu de nossas liberdades em segredo. Assange neste sentido é o anti-Bush, desafiando a autoridade secreta e centralizada com transparência que é altamente descentralizada. (Os apoiadores dele criaram espelhos na rede que garantem acesso aos documentos do WikiLeaks e Assange diz que mais de 100 mil pessoas possuem os arquivos completos e criptografados).
Ainda assim Assange é também o anti-anti-Bush.
Bush foi criticado por suas tendencias unilaterais, por fracassar no desenvolvimento de boas relações com outras nações — e, em particular, por descartar nações suspeitas (veja “eixo do mal”) como nações com as quais não se deveria conversar. Obama chegou ao poder prometendo “engajamento”. Ele procuraria outras nações, enfaticamente incluindo aquelas com as quais as relações eram frágeis, como a Rússia e nações muçulmanas, incluindo até o Irã.
Se nosso governo abandonasse a manutenção de segredos explosivos sobre o que estava fazendo no estrangeiro, então suas ações no estrangeiro mudariam.
Engajamento é a busca de resultados vitoriosos em jogos de soma zero. Como qualquer teórico de jogo pode confirmar, uma chave para chegar a esses resultados é comunicação, e a comunicação dá mais resultados quando existe confiança mútua. Assim, graças ao Assange, muitas nações agora vão hesitar em conversar abertamente conosco, com medo de que suas comunicações privadas se tornem públicas.
Comunicação, e confiança, podem esfriar pelas recentes revelações de nossa avaliação de líderes estrangeiros. Presumo que os líderes turcos não vão olhar positivamente para a mensagem vinda de Ancara que diz que esperamos por um dia em que “não teremos mais de lidar com o atual elenco de líderes políticos [turcos], com seu especial interesse em drama e retórica destrutiva”. E Vladimir Putin não deve estar gostando de nossa descrição dele como bandido.
Muitas de nossas relações externas vão se provar resistentes. Os antigos aliados europeus vão superar os insultos e vão eventualmente aceitar as garantias de que estamos tornando mais seguras nossas comunicações. Mas esse tipo de reaproximação será mais difícil com as Rússias e as Turquias do mundo — nações que são mais remotas culturalmente de nós e menos seguras de nossa amizade. Em outras palavras, os relacionamentos que mais vão sofrer são os mais frágeis, aqueles que o governo Obama ao assumir o poder prometeu restaurar com engajamento.
Estes incluem muitos relacionamentos que os neoconservadores que deram forma à política externa de Bush estavam decididos a arriscar. Os neocons geralmente encorajavam políticas e declarações que ameaçavam relações com a Rússia e a Turquia, assim como a China, o Irã e assim por diante. Na verdade, o neoconservadorismo parecia dedicado a exacerbar as linhas de tensão geopolíticas. E agora o WikiLeaks ajudou a exacerbar as tensões. Talvez Assange, quando tiver tempo para uma nova onda conspiratória, possa considerar a possibilidade de que os neocons tenham implantando eletródios na cabeça dele [para espionagem].
De onde me encontro — uma posição enfática de anti-bushismo — esta é uma séria acusação: ajudando e auxiliando o anti-anti-bushismo. Mas, da mesma posição, há uma defesa possível de Assange.
A maior lição de todas de tudo isso é um fato do qual já se tocaram o Tiger Woods, o Michael Phelps e o Mel Gibson: privacidade não é mais o que era. A tecnologia tornou os segredos difícil de guardar.
Com certeza, podemos isolar melhor nossos canais de comunicação — para início de conversa, negando a sargentos do Exército o acesso às jóias da família. Mas não queremos cair na armadilha do Assange de transformar  nossas comunicações internas  numa forma desfuncional — além do que, não temos como controlar as burocracias estrangeiras que partilham nossos segredos. Temos de enfrentar o fato de que os segredos são mais difíceis de guardar na idade da Internet, quando um único descontente de uma organização pode dividir informações relevantes com todo o mundo.
Assim, segredos incendiários deveriam ser evitados. É melhor não mentir sobre o que nossas tropas no Paquistão estão fazendo, e não conspirar com o governo do Iêmen para enganar os iemenitas. Por um  motivo simples: estes segredos, quando expostos, deixam os estrangeiros com raiva dos Estados Unidos. E nos dias de hoje o ódio de base dos Estados Unidos, especialmente em países muçulmanos, é talvez nosso maior inimigo  — sendo, como é, a plataforma para o terrorismo.
Se nosso governo seguisse este conselho e deixasse de manter segredos explosivos sobre o que está fazendo no estrangeiro, então seu comportamento mudaria. Se a presença de nossas tropas no Paquistão se tornasse visível, o Paquistão talvez não autorizasse a entrada delas. E o governo do Iêmen talvez vetasse ataques transparentes de aviões não tripulados dos Estados Unidos.
Isso significaria matar menos terroristas no curto prazo, mas provavelmente significaria criar menos deles no longo prazo. Certamente (como o jornalista John Judis sugeriu) isso significaria fazer menos do que causou o ódio antiamericano de bin Laden para começo de conversa: ter uma presença militar em países muçulmanos, uma presença que algumas vezes significa cooperar com regimes repressivos e absorver o ódio que eles inspiram.
Não sei se esta mudança de rumo compensaria pelos danos de curto prazo causados pelo WikiLeaks — o dano causado a relações frágeis e cruciais com outros estados, a reação que está começando agora no Iêmen, no Paquistão e em outros lugares. Mas, se acontecer, então o impacto inicialmente pro-neocon de Assange poderia ser compensando por sua influência mais benigna no longo prazo. E o karma dele, calculado por mim, estaria no campo do território positivo.
Para que isso aconteça — para que os Estados Unidos respondam de forma inteligente ao fiasco do WikiLeaks — os políticos dos Estados Unidos devem considerar que Assange não é assim tão importante. Se ele nunca tivesse nascido, eles ainda assim teriam de se adaptar à idade da transparência, para um mundo em que mentiras “boas” para mascarar nossa colaboração com regimes dúbios são uma ameaça de longo prazo à nossa segurança nacional. Mais cedo ou mais tarde, os Estados Unidos forçosamente acordariam para as implicações da tecnologia moderna. Julian Assange simplesmente tornou este despertar mais doloroso.

Embaixador dos EUA apóia a redução de reserva legal da Amazônia tal qual Rebelo

14/12/2010
Em telegrama, embaixador é favorável à redução de reserva legal
por  Natalia Viana, no blog CartaCapital/WikiLeaks
O Código Florestal, cuja proposta de alteração volta à plenária da Câmara hoje, foi tema de um telegrama escrito pelo embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon, em fevereiro deste ano.
Nele, Shannon transmite uma visão favorável à redução da reserva legal – uma das principais propostas do projeto de lei de de autoria de Aldo Rebelo.
O PL prevê reduzir a proporção da propriedade que deve manter a vegetação nativa (por exemplo, na Amazônia ela cairia de 80% para 50% da propriedade), além de extinguir a exigência da reserva legal para pequenas propriedades. O projeto também anistia quem não preservou e ocupou indevidamente encostas e beiras de rios.
A bancada ruralista no Congresso pressiona pela votação do projeto ainda este ano, enquanto o governo quer deixar para o próximo. O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT/SP) colocou o pedido de urgência na tramitação em votação, mas garantiu que a votação do projeto em si só sai no próximo ano.
Foco na Amazônia
O telegrama enviado por Shannon às 19:01 do dia 10 de fevereiro deste ano começa com um apanhado histórico sobre a legislação para depois entrar em detalhes sobre a questão da reserva legal.  O foco  é a Amazônia. Segundo Shannon, se justifica a decisão do governo Lula de postergar a aplicação da lei – que prevê multas e sanções para os fazendeiros que não respeitarem a reserva legal. “Não é nenhuma surpresa que o governo tenha evitado transformar milhões de fazendeiros em criminosos que poderiam perder suas terras; especialmente em face das eleições de outubro de 2010″.
Ele duvida que o governo consiga efetivamente aplicar a lei – e prevê que pode haver violência se o fizer.
“Se o governo quiser com seriedade penalizar um grande número de donos de terra em violação ao Código Florestal, pode esperar uma dura oposição e possivelmente até um combate violento como aqueles que aconteceram na cidade de Tailândia no ano passado, depois que o governo fiscalizou madeireoso ilegais em Novo Progresso, onde mesmo pesquisadores brasileiros vistos como ‘xeretas’  foram expulsos”. Na ocasião, protestos de madeireiros interromperam uma operação de fiscalização ralizada pelo Ibama e a Secretaria do Meio Ambiente do Pará.
Shannon se reuniu com um representante da Confederação Nacional da Agricultura, de quem não cita o nome, e comenta que as propostas para reduzir para 50% a reserva legal “possibilitariam que uma grande quantidade de fazendeiros que não conseguem se sustentar economicamente respeitando a reserva de 80% possam seguir a lei”.
Para ele é uma “infelicidade” que projetos como o Zoneamento Ecológico-Econômico, que autoriza a redução de até 50% da área para fins de recomposição de reserva legal, não possam ser adotados mais amplamente. Ao mesmo tempo, o diplomata reconhece o progresso do governo no combate ao desmatamento e elogia ações no sentido de regularizar a situação fundiária da região norte. “Nunca tendo sido implamentada,  (a reserva legal) serviu principalmente como ponto de disputa entre os fazenderios e  ambientalistas, enquanto outras políticas menos controversas têm sido eficazes em reduzir as taxas de desmatamento na Amazônia”, conclui Shannon. “Se as taxas de desmatamento continuarem a cair, então o movimento ambientalista pode mostrar mais fexibilidade em um compromisso mais pragmático em relação ao Código Florestal quando o tema voltar à pauta em 2011″, aposta o embaixador.
 

Embaixador dos EUA apóia a redução de reserva legal da Amazônia tal qual Rebelo

14/12/2010
Em telegrama, embaixador é favorável à redução de reserva legal
por  Natalia Viana, no blog CartaCapital/WikiLeaks
O Código Florestal, cuja proposta de alteração volta à plenária da Câmara hoje, foi tema de um telegrama escrito pelo embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon, em fevereiro deste ano.
Nele, Shannon transmite uma visão favorável à redução da reserva legal – uma das principais propostas do projeto de lei de de autoria de Aldo Rebelo.
O PL prevê reduzir a proporção da propriedade que deve manter a vegetação nativa (por exemplo, na Amazônia ela cairia de 80% para 50% da propriedade), além de extinguir a exigência da reserva legal para pequenas propriedades. O projeto também anistia quem não preservou e ocupou indevidamente encostas e beiras de rios.
A bancada ruralista no Congresso pressiona pela votação do projeto ainda este ano, enquanto o governo quer deixar para o próximo. O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT/SP) colocou o pedido de urgência na tramitação em votação, mas garantiu que a votação do projeto em si só sai no próximo ano.
Foco na Amazônia
O telegrama enviado por Shannon às 19:01 do dia 10 de fevereiro deste ano começa com um apanhado histórico sobre a legislação para depois entrar em detalhes sobre a questão da reserva legal.  O foco  é a Amazônia. Segundo Shannon, se justifica a decisão do governo Lula de postergar a aplicação da lei – que prevê multas e sanções para os fazendeiros que não respeitarem a reserva legal. “Não é nenhuma surpresa que o governo tenha evitado transformar milhões de fazendeiros em criminosos que poderiam perder suas terras; especialmente em face das eleições de outubro de 2010″.
Ele duvida que o governo consiga efetivamente aplicar a lei – e prevê que pode haver violência se o fizer.
“Se o governo quiser com seriedade penalizar um grande número de donos de terra em violação ao Código Florestal, pode esperar uma dura oposição e possivelmente até um combate violento como aqueles que aconteceram na cidade de Tailândia no ano passado, depois que o governo fiscalizou madeireoso ilegais em Novo Progresso, onde mesmo pesquisadores brasileiros vistos como ‘xeretas’  foram expulsos”. Na ocasião, protestos de madeireiros interromperam uma operação de fiscalização ralizada pelo Ibama e a Secretaria do Meio Ambiente do Pará.
Shannon se reuniu com um representante da Confederação Nacional da Agricultura, de quem não cita o nome, e comenta que as propostas para reduzir para 50% a reserva legal “possibilitariam que uma grande quantidade de fazendeiros que não conseguem se sustentar economicamente respeitando a reserva de 80% possam seguir a lei”.
Para ele é uma “infelicidade” que projetos como o Zoneamento Ecológico-Econômico, que autoriza a redução de até 50% da área para fins de recomposição de reserva legal, não possam ser adotados mais amplamente. Ao mesmo tempo, o diplomata reconhece o progresso do governo no combate ao desmatamento e elogia ações no sentido de regularizar a situação fundiária da região norte. “Nunca tendo sido implamentada,  (a reserva legal) serviu principalmente como ponto de disputa entre os fazenderios e  ambientalistas, enquanto outras políticas menos controversas têm sido eficazes em reduzir as taxas de desmatamento na Amazônia”, conclui Shannon. “Se as taxas de desmatamento continuarem a cair, então o movimento ambientalista pode mostrar mais fexibilidade em um compromisso mais pragmático em relação ao Código Florestal quando o tema voltar à pauta em 2011″, aposta o embaixador.