sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Maior jornal do Brasil processa blog
independente e inaugura um novo
tipo de censura

Ação inédita na Justiça está sendo boicotada pela mídia brasileira, que é dominada por poucas famílias, e abre um precedente terrível para todos os blogueiros do país
A exemplo do que aconteceu na eleição do Obama e em outros pleitos na Europa, na recente disputa presidencial brasileira, que terminou com a eleição da candidata de Lula (Dilma Roussef), a internet teve peso inédito na campanha eleitoral. A atuação de centenas de blogs foi especialmente importante porque, em sua maioria, eles apoiaram a candidata de esquerda (Dilma) e, por outro lado, praticamente toda a mídia convencional (rádio, TVs, jornais e revistas) defendeu fortemente o candidato de oposição, José Serra, que formou uma poderosa coalização política-midiática-religiosa conservadora — que acabou derrotada. A importância da Internet ficou óbvia no último dia 24 de novembro, quando Lula concedeu a primeira entrevista de um presidente brasileiro exclusiva para blogueiros. Foi um claro reconhecimento à sua importância e ao contraponto que eles fizeram à mídia tradicional.
Em meio a esse cenário, surgiu em setembro um blog chamado Falha de S.Paulo, uma paródia ao maior jornal brasileiro, a Folha de S.Paulo. Em português, “Folha” é uma das formas de referir-se a um jornal. E “Falha” significa falha. Era um blog recheado de fotomontagens, brincadeiras e críticas ácidas ao noticiário da Folha. Eram críticas sempre bem-humoradas, porém duras. Para se ter uma ideia, uma das montagens de maior sucesso (e mais irônica) punha o rosto do dono do jornal, Otavio Frias Filho, no corpo de Darth Vader. Pois bem: após um mês no ar o jornal entrou na Justiça para censurar o blog. Pior: conseguiu. Ainda pior: além de conseguir cassar o endereço, a Folha abriu um processo de 88 páginas contra os criadores do site, pedindo indenização em dinheiro por danos morais.
O jornal alega “uso indevido de marca”, por causa da semelhança entre os nomes Folha e Falha e porque o logotipo do site era inspirado no do jornal. A paródia foi criada por dois irmãos (Lino e Mário Ito Bocchini) que não têm ligação com nenhum partido político ou qualquer outra entidade. São duas pessoas “avulsas”, o primeiro jornalista e o segundo, designer. E agora os irmãos estão tendo uma dificuldade brutal (e gastando bastante dinheiro) para se defender na Justiça de uma ação volumosa do maior jornal do país. E a previsão dos advogados e professores de direito ouvidos pela dupla é a de que a Folha deve ganhar a ação, mais por ser uma companhia grande e poderosa e menos pelo mérito da questão em si.
Aqui entra o motivo pelo qual os irmãos Bocchini resolveram levar a questão para além das fronteiras do país: no Brasil, menos de 10 famílias dominam os grandes meios de comunicação. E uma dessas famílias é justamente a Frias, que ficou incomodada com a Falha de S.Paulo e suas brincadeiras como a do Darth Vader. Por corporativismo, nunca um órgão de uma família noticia algo relacionado à outra. É uma espécie de tradição brasileira. A censura de um blog, ainda mais seguida de um pedido de indenização, é uma ação judicial inédita no Brasil. Por conta disso, os irmãos Bocchini estão sendo chamados a diversos eventos de comunicação, convidados a dar palestras etc. Estão recebendo muita solidariedade de blogueiros e ativistas por liberdade de expressão de todo país, e figuras públicas como o ex-ministro Gilberto Gil gravaram depoimentos condenando a censura e o processo da Folha. Mesmo assim jornais rádios, TVs e revistas seguem ignorando completamente o assunto.
A preocupação geral é que, se o jornal ganhar essa ação inédita (como tudo indica que vá acontecer), um recado claro estará dado às demais grandes corporações brasileiras, sejam de comunicação ou não: se alguém incomodar você na Internet, invente uma desculpa como essa do  “uso indevido de marca”. A Justiça irá tirar o site do ar e ainda lhe conseguir uma indenização em dinheiro. Ou seja, está nascendo um novo tipo de censura em nosso país, justamente pelas mãos de quem vive da liberdade de expressão. E não estamos conseguindo furar o bloqueio da mídia convencional, dominada pelas tais poucas famílias que já dissemos. Por isso só nos resta agora apelar para o exterior.


O novo site dos irmãos Bocchini, o www.desculpeanossafalha.com.br tem todos os detalhes da censura. Os posts são em português, mas lá você confere esse texto em inglês, francês ou espanhol. E pode escrever em qualquer uma dessas línguas para desculpeanossafalha@gmail.com

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

DIRETO DO BLOG DO AZENHA "VI MUNDO O QUE VOCÊ NÃO VÊ NA MÍDIA"

O que os gringos estão falando sobre a mãe de todos os vazamentos

December 7, 2010, 9:00 pm

Is Julian Assange Helping the Neocons?
By ROBERT WRIGHT, no blog Opinionator, do New York Times
Agora sabemos que nosso governo está mentindo para a gente sobre o envolvimento de nossas tropas em operações de combate no Paquistão. O Pentágono tinha dito que a missão de soldados americanos estava restrita a “treinamento de forças paquistanesas para que elas pudessem treinar militares paquistaneses”, mas na verdade nossas forças estão engajadas em unidades militares paquistanesas, dando a elas informações eletrônicas e outro tipo de apoio para matar o inimigo.
Sabemos disso por causa do WikiLeaks. É também graças ao WikiLeaks que sabemos do arranjo dos Estados Unidos com o presidente do Iêmen: matamos terroristas baseados no Iêmen e ele diz que é o Iêmen que está matando.
Nestes casos, penso, o WikiLeaks está fazendo o trabalho de Deus. Concordo que há razões táticas para estas duas mentiras, mas vejo que elas atropelam o direito básico dos cidadãos em uma democracia de saber quando o dinheiro deles está sendo usado para matar gente — especialmente quando estas pessoas vivem em países que não estão em guerra conosco. Assim, se vamos calcular o karma do Julian Assenge, eu colocaria isso na coluna do positivo.
E calcular é preciso. Assange vai presumivelmente ser escolhido a “Pessoa do Ano” da revista Time e a publicação com certeza vai nos lembrar que o prêmio reconhece impacto, não virtude; Hitler e Stalin foram ganhadores no passado. Ficará por nossa conta colocar Assange entre os bons ou os diabólicos. Vamos começar.
Assange tem razões elaboradas para suas ações. Ele as descreveu em um grandioso manifesto online que vai do plausível (“Se o poder conspiratório total é zero, não há conspiração”) ao metafórico-excêntrico (“Como computar uma conspiração? Computando a próxima ação”) ao opaco. Mas o argumento central é claro. Ele acredita que um problema básico do mundo são os “regimes autoritários”, um termo que usa — em forte contraste com o uso nos Estados Unidos — aplicado aos Estados Unidos.
Um regime autoritário, ele diz, oprime as pessoas e mantém seus planos secretos. A transparência arranca o véu, expondo os planos. E transparência radical — como a avalanche de informações do WikiLeaks — faz com que regimes autoritários guardem suas futuras comunicações internas. Isso faz com que o regime tenha um funcionamento inadequado. Na medida em que “mais vazamentos induzem a medo e paranoia”, nós veremos “declínio cognitivo sistemático, resultando em menor capacidade para se manter no poder”. (A esse respeito, como o jornalista Glenn Greenwald notou, Assange é como Osama bin Laden: eles quer que o inimigo reaja a suas provocações de forma autodestrutiva).
Assange escreveu isso em 2006, e é difícil imaginar que não tinha em mente o governo Bush. Certamente Bush queria centralizar o poder, não era grande defensor das liberdades civis e algumas vezes manteve as violações que promoveu de nossas liberdades em segredo. Assange neste sentido é o anti-Bush, desafiando a autoridade secreta e centralizada com transparência que é altamente descentralizada. (Os apoiadores dele criaram espelhos na rede que garantem acesso aos documentos do WikiLeaks e Assange diz que mais de 100 mil pessoas possuem os arquivos completos e criptografados).
Ainda assim Assange é também o anti-anti-Bush.
Bush foi criticado por suas tendencias unilaterais, por fracassar no desenvolvimento de boas relações com outras nações — e, em particular, por descartar nações suspeitas (veja “eixo do mal”) como nações com as quais não se deveria conversar. Obama chegou ao poder prometendo “engajamento”. Ele procuraria outras nações, enfaticamente incluindo aquelas com as quais as relações eram frágeis, como a Rússia e nações muçulmanas, incluindo até o Irã.
Se nosso governo abandonasse a manutenção de segredos explosivos sobre o que estava fazendo no estrangeiro, então suas ações no estrangeiro mudariam.
Engajamento é a busca de resultados vitoriosos em jogos de soma zero. Como qualquer teórico de jogo pode confirmar, uma chave para chegar a esses resultados é comunicação, e a comunicação dá mais resultados quando existe confiança mútua. Assim, graças ao Assange, muitas nações agora vão hesitar em conversar abertamente conosco, com medo de que suas comunicações privadas se tornem públicas.
Comunicação, e confiança, podem esfriar pelas recentes revelações de nossa avaliação de líderes estrangeiros. Presumo que os líderes turcos não vão olhar positivamente para a mensagem vinda de Ancara que diz que esperamos por um dia em que “não teremos mais de lidar com o atual elenco de líderes políticos [turcos], com seu especial interesse em drama e retórica destrutiva”. E Vladimir Putin não deve estar gostando de nossa descrição dele como bandido.
Muitas de nossas relações externas vão se provar resistentes. Os antigos aliados europeus vão superar os insultos e vão eventualmente aceitar as garantias de que estamos tornando mais seguras nossas comunicações. Mas esse tipo de reaproximação será mais difícil com as Rússias e as Turquias do mundo — nações que são mais remotas culturalmente de nós e menos seguras de nossa amizade. Em outras palavras, os relacionamentos que mais vão sofrer são os mais frágeis, aqueles que o governo Obama ao assumir o poder prometeu restaurar com engajamento.
Estes incluem muitos relacionamentos que os neoconservadores que deram forma à política externa de Bush estavam decididos a arriscar. Os neocons geralmente encorajavam políticas e declarações que ameaçavam relações com a Rússia e a Turquia, assim como a China, o Irã e assim por diante. Na verdade, o neoconservadorismo parecia dedicado a exacerbar as linhas de tensão geopolíticas. E agora o WikiLeaks ajudou a exacerbar as tensões. Talvez Assange, quando tiver tempo para uma nova onda conspiratória, possa considerar a possibilidade de que os neocons tenham implantando eletródios na cabeça dele [para espionagem].
De onde me encontro — uma posição enfática de anti-bushismo — esta é uma séria acusação: ajudando e auxiliando o anti-anti-bushismo. Mas, da mesma posição, há uma defesa possível de Assange.
A maior lição de todas de tudo isso é um fato do qual já se tocaram o Tiger Woods, o Michael Phelps e o Mel Gibson: privacidade não é mais o que era. A tecnologia tornou os segredos difícil de guardar.
Com certeza, podemos isolar melhor nossos canais de comunicação — para início de conversa, negando a sargentos do Exército o acesso às jóias da família. Mas não queremos cair na armadilha do Assange de transformar  nossas comunicações internas  numa forma desfuncional — além do que, não temos como controlar as burocracias estrangeiras que partilham nossos segredos. Temos de enfrentar o fato de que os segredos são mais difíceis de guardar na idade da Internet, quando um único descontente de uma organização pode dividir informações relevantes com todo o mundo.
Assim, segredos incendiários deveriam ser evitados. É melhor não mentir sobre o que nossas tropas no Paquistão estão fazendo, e não conspirar com o governo do Iêmen para enganar os iemenitas. Por um  motivo simples: estes segredos, quando expostos, deixam os estrangeiros com raiva dos Estados Unidos. E nos dias de hoje o ódio de base dos Estados Unidos, especialmente em países muçulmanos, é talvez nosso maior inimigo  — sendo, como é, a plataforma para o terrorismo.
Se nosso governo seguisse este conselho e deixasse de manter segredos explosivos sobre o que está fazendo no estrangeiro, então seu comportamento mudaria. Se a presença de nossas tropas no Paquistão se tornasse visível, o Paquistão talvez não autorizasse a entrada delas. E o governo do Iêmen talvez vetasse ataques transparentes de aviões não tripulados dos Estados Unidos.
Isso significaria matar menos terroristas no curto prazo, mas provavelmente significaria criar menos deles no longo prazo. Certamente (como o jornalista John Judis sugeriu) isso significaria fazer menos do que causou o ódio antiamericano de bin Laden para começo de conversa: ter uma presença militar em países muçulmanos, uma presença que algumas vezes significa cooperar com regimes repressivos e absorver o ódio que eles inspiram.
Não sei se esta mudança de rumo compensaria pelos danos de curto prazo causados pelo WikiLeaks — o dano causado a relações frágeis e cruciais com outros estados, a reação que está começando agora no Iêmen, no Paquistão e em outros lugares. Mas, se acontecer, então o impacto inicialmente pro-neocon de Assange poderia ser compensando por sua influência mais benigna no longo prazo. E o karma dele, calculado por mim, estaria no campo do território positivo.
Para que isso aconteça — para que os Estados Unidos respondam de forma inteligente ao fiasco do WikiLeaks — os políticos dos Estados Unidos devem considerar que Assange não é assim tão importante. Se ele nunca tivesse nascido, eles ainda assim teriam de se adaptar à idade da transparência, para um mundo em que mentiras “boas” para mascarar nossa colaboração com regimes dúbios são uma ameaça de longo prazo à nossa segurança nacional. Mais cedo ou mais tarde, os Estados Unidos forçosamente acordariam para as implicações da tecnologia moderna. Julian Assange simplesmente tornou este despertar mais doloroso.

Embaixador dos EUA apóia a redução de reserva legal da Amazônia tal qual Rebelo

14/12/2010
Em telegrama, embaixador é favorável à redução de reserva legal
por  Natalia Viana, no blog CartaCapital/WikiLeaks
O Código Florestal, cuja proposta de alteração volta à plenária da Câmara hoje, foi tema de um telegrama escrito pelo embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon, em fevereiro deste ano.
Nele, Shannon transmite uma visão favorável à redução da reserva legal – uma das principais propostas do projeto de lei de de autoria de Aldo Rebelo.
O PL prevê reduzir a proporção da propriedade que deve manter a vegetação nativa (por exemplo, na Amazônia ela cairia de 80% para 50% da propriedade), além de extinguir a exigência da reserva legal para pequenas propriedades. O projeto também anistia quem não preservou e ocupou indevidamente encostas e beiras de rios.
A bancada ruralista no Congresso pressiona pela votação do projeto ainda este ano, enquanto o governo quer deixar para o próximo. O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT/SP) colocou o pedido de urgência na tramitação em votação, mas garantiu que a votação do projeto em si só sai no próximo ano.
Foco na Amazônia
O telegrama enviado por Shannon às 19:01 do dia 10 de fevereiro deste ano começa com um apanhado histórico sobre a legislação para depois entrar em detalhes sobre a questão da reserva legal.  O foco  é a Amazônia. Segundo Shannon, se justifica a decisão do governo Lula de postergar a aplicação da lei – que prevê multas e sanções para os fazendeiros que não respeitarem a reserva legal. “Não é nenhuma surpresa que o governo tenha evitado transformar milhões de fazendeiros em criminosos que poderiam perder suas terras; especialmente em face das eleições de outubro de 2010″.
Ele duvida que o governo consiga efetivamente aplicar a lei – e prevê que pode haver violência se o fizer.
“Se o governo quiser com seriedade penalizar um grande número de donos de terra em violação ao Código Florestal, pode esperar uma dura oposição e possivelmente até um combate violento como aqueles que aconteceram na cidade de Tailândia no ano passado, depois que o governo fiscalizou madeireoso ilegais em Novo Progresso, onde mesmo pesquisadores brasileiros vistos como ‘xeretas’  foram expulsos”. Na ocasião, protestos de madeireiros interromperam uma operação de fiscalização ralizada pelo Ibama e a Secretaria do Meio Ambiente do Pará.
Shannon se reuniu com um representante da Confederação Nacional da Agricultura, de quem não cita o nome, e comenta que as propostas para reduzir para 50% a reserva legal “possibilitariam que uma grande quantidade de fazendeiros que não conseguem se sustentar economicamente respeitando a reserva de 80% possam seguir a lei”.
Para ele é uma “infelicidade” que projetos como o Zoneamento Ecológico-Econômico, que autoriza a redução de até 50% da área para fins de recomposição de reserva legal, não possam ser adotados mais amplamente. Ao mesmo tempo, o diplomata reconhece o progresso do governo no combate ao desmatamento e elogia ações no sentido de regularizar a situação fundiária da região norte. “Nunca tendo sido implamentada,  (a reserva legal) serviu principalmente como ponto de disputa entre os fazenderios e  ambientalistas, enquanto outras políticas menos controversas têm sido eficazes em reduzir as taxas de desmatamento na Amazônia”, conclui Shannon. “Se as taxas de desmatamento continuarem a cair, então o movimento ambientalista pode mostrar mais fexibilidade em um compromisso mais pragmático em relação ao Código Florestal quando o tema voltar à pauta em 2011″, aposta o embaixador.
 

Embaixador dos EUA apóia a redução de reserva legal da Amazônia tal qual Rebelo

14/12/2010
Em telegrama, embaixador é favorável à redução de reserva legal
por  Natalia Viana, no blog CartaCapital/WikiLeaks
O Código Florestal, cuja proposta de alteração volta à plenária da Câmara hoje, foi tema de um telegrama escrito pelo embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon, em fevereiro deste ano.
Nele, Shannon transmite uma visão favorável à redução da reserva legal – uma das principais propostas do projeto de lei de de autoria de Aldo Rebelo.
O PL prevê reduzir a proporção da propriedade que deve manter a vegetação nativa (por exemplo, na Amazônia ela cairia de 80% para 50% da propriedade), além de extinguir a exigência da reserva legal para pequenas propriedades. O projeto também anistia quem não preservou e ocupou indevidamente encostas e beiras de rios.
A bancada ruralista no Congresso pressiona pela votação do projeto ainda este ano, enquanto o governo quer deixar para o próximo. O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT/SP) colocou o pedido de urgência na tramitação em votação, mas garantiu que a votação do projeto em si só sai no próximo ano.
Foco na Amazônia
O telegrama enviado por Shannon às 19:01 do dia 10 de fevereiro deste ano começa com um apanhado histórico sobre a legislação para depois entrar em detalhes sobre a questão da reserva legal.  O foco  é a Amazônia. Segundo Shannon, se justifica a decisão do governo Lula de postergar a aplicação da lei – que prevê multas e sanções para os fazendeiros que não respeitarem a reserva legal. “Não é nenhuma surpresa que o governo tenha evitado transformar milhões de fazendeiros em criminosos que poderiam perder suas terras; especialmente em face das eleições de outubro de 2010″.
Ele duvida que o governo consiga efetivamente aplicar a lei – e prevê que pode haver violência se o fizer.
“Se o governo quiser com seriedade penalizar um grande número de donos de terra em violação ao Código Florestal, pode esperar uma dura oposição e possivelmente até um combate violento como aqueles que aconteceram na cidade de Tailândia no ano passado, depois que o governo fiscalizou madeireoso ilegais em Novo Progresso, onde mesmo pesquisadores brasileiros vistos como ‘xeretas’  foram expulsos”. Na ocasião, protestos de madeireiros interromperam uma operação de fiscalização ralizada pelo Ibama e a Secretaria do Meio Ambiente do Pará.
Shannon se reuniu com um representante da Confederação Nacional da Agricultura, de quem não cita o nome, e comenta que as propostas para reduzir para 50% a reserva legal “possibilitariam que uma grande quantidade de fazendeiros que não conseguem se sustentar economicamente respeitando a reserva de 80% possam seguir a lei”.
Para ele é uma “infelicidade” que projetos como o Zoneamento Ecológico-Econômico, que autoriza a redução de até 50% da área para fins de recomposição de reserva legal, não possam ser adotados mais amplamente. Ao mesmo tempo, o diplomata reconhece o progresso do governo no combate ao desmatamento e elogia ações no sentido de regularizar a situação fundiária da região norte. “Nunca tendo sido implamentada,  (a reserva legal) serviu principalmente como ponto de disputa entre os fazenderios e  ambientalistas, enquanto outras políticas menos controversas têm sido eficazes em reduzir as taxas de desmatamento na Amazônia”, conclui Shannon. “Se as taxas de desmatamento continuarem a cair, então o movimento ambientalista pode mostrar mais fexibilidade em um compromisso mais pragmático em relação ao Código Florestal quando o tema voltar à pauta em 2011″, aposta o embaixador.
 

Cloaca News: CLOACALEAKS - VAZAMENTO 1

Cloaca News: CLOACALEAKS - VAZAMENTO 1: "."

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Olhem ai o calhorda do Creno Costa da Folha!
Sr. Cloaca, cada vez te admiro mais.


                                                                 Foto retirada do blog do Sr. Cloaca News
Vamos observar a que veio  então o governador Silval Barbosa!
 
Integrantes do MST bloqueiam BR-174 na região de Cáceres
Um grupo com 300 famílias integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) estão desde hoje de manhã bloqueando a BR-174, no km 76, que liga Mirassol D"Oeste a Pontes de Lacerda. De acordo com informações de um dos manifestantes, somente ambulâncias e veículos com pessoas doentes estão passando.

O MST informa que esta ocupação tem como base fundamental o assentamento de 2,5 mil famílias acampadas em todo o Estado e também as centenas de famílias que estão em áreas de pré-assentamento. Eles esperam, há mais de dois anos, a desocupação de terras destinadas a reforma agrária por parte do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Outra reivindicação do grupo é uma audiência com o governador Silval Barbosa (PMDB), além da garantia de assegurar recursos para aquisição de infraestrutura básica dos assentamentos já existentes em Mato Grosso. Segundo o movimento, o recurso disponível para o órgão não chega suficiente ao Estado para que o grupo receba as melhorias por parte do União.

Na segunda-feira, integrantes do MST iniciaram o acampamento em frente a sede do Incra, em Cuiabá. Um reunião com a diretoria executiva do órgão de Mato Grosso está marcado para acontecer hoje à tarde e deve definir se eles mantém ou não a mobilização tanto em Cuiabá quanto na BR-174 entre Mirassol D"Oeste a Pontes de Lacerda.

Por: Alex Fama em 07/12/2010 14:31:45
                                                                                                                    Jornal Oeste - Cáceres

Todo professor deveria trabalhar os efeitos de sentidos das capas de Veja. ( Sou a favor)

Washington Araújo: As capas eleitorais da Veja

Veja e suas capas eleitorais – 1994/2010
Há algum tempo nutri a curiosidade de saber como Veja – a revista semanal de informação com maior circulação no país – produziu suas capas nas duas últimas semanas dos pleitos presidenciais de 1994, 1998, 2006 e este mais recente de 2010. Parece que o baú de Veja não guarda truques novos. Apostar no medo, no pânico da população está sempre ao alcance de suas mãos. Também soa extemporâneo declarar o óbvio sobre quem “dividiu o país” e quem “fará o país funcionar”. O artigo é de Washington Araújo.
Washington Araújo, na Carta Maior, em 17/11/2010
Vez por outra sinto-me inclinado a observar como a história do Brasil é contada através do cotejo de capas e manchetes dos principais jornais e revistas do país em momentos singulares de nossa história política e social. Há algum tempo nutri a curiosidade de saber como Veja – a revista semanal de informação com maior circulação no país – produziu suas capas nas duas últimas semanas dos pleitos presidenciais de 1994, 1998, 2006 e este mais recente de 2010.
A edição de Veja n° 1389, de 28/9/1994, trazia um macaco na capa e a manchete “O elo perdido” e o educativo subtítulo “pesquisadores descobrem na África o ancestral do homem mais próximo dos macacos”. O sucesso do Plano Real era de tal magnitude que a revista se abstinha de tratar do assunto mais impactante (e palpitante!) do ano, do mês e da quinzena: a eleição presidencial. Mas, faltando apenas uma semana para o dia da eleição, a revista da Abril não conseguiu controlar sua ansiedade e resolveu transformar em panfleto sua última edição antes de os votos serem lançados na urna. É emblemática a capa da Veja (1360, de 5/10/1994) trazendo a ilustração de uma mão colocando o voto em uma urna e a manchete “O que o eleitor quer: Ordem, Continuidade e Prudência – O que o eleitor não quer: Salvador da Pátria, Pacotes e Escândalos”.
Todo o palavreado poderia ser descrito em apenas nove letras: Vote em FHC.
Quatro anos depois, novo pleito presidencial. A grande novidade dessas eleições – e também o maior escândalo político-financeiro do ano – foi a introdução na política brasileira do instituto da reeleição. A penúltima capa de Veja antes das eleições (1566, de 30/9/1998) trazia a imagem de um executivo engravatado e com a cabeça de madeira. Ou sejam, óleo de peroba é bom quando é para lustrar a cara-de-pau dos outros. A manchete colocava todos os políticos no mesmo balaio de gatos: “Por que o Brasil desconfia dos políticos” e o subtítulo “Os melhores e os piores deputados e senadores às vésperas das eleições”. Desnecessário dizer qual o critério de valoração utilizado pela revista. Se a capa anterior tratava de fincar o prego, na semana das eleições a revista tratava de lhe entortar a ponta.
E assim, sem qualquer melindre, sem ninguém para lhe chamar de governista ou para denunciar seu jornalismo como típico daquele produzido em comitê de campanha, a capa de Veja (1567, de 7/10/1998) trazia a foto de um sorridente Fernando Henrique Cardoso, fazendo o sinal de positivo com o polegar e a manchete “Agora é guerra”. Dificilmente uma imagem contraria tanto a mensagem escrita quanto esta. É que ninguém vai para a guerra sorrindo de orelha a orelha e cheio de otimismo. Mas foi essa a imagem escolhida pelo carro-chefe das revistas da Abril. A opção preferencial da revista ficava bem em alto relevo nos subtítulos: “O desafio de FHC reeleito é impedir que a crise afunde o Brasil do Real – A mexida secreta na Previdência – As outras medidas que vêm por aí – Em maio ele pensou em desistir da reeleição”. Bem no estilo Jean-Paul Sartre para quem “o inferno são os outros”, Veja acenava com o paraíso a ser conquistado com a reeleição de seu presidente e carregava na cores do medo ao pintar um cenário em que o Plano Real afundaria e com este o país como um todo.
Nada como a constatação do filósofo contemporâneo Cazuza (1958-1990) de que realmente “o tempo não para”. Novo pleito presidencial. Estamos em 2002. Na semana em que se realizaria o primeiro turno a capa de Veja (1773, de 16/10/2002) trazia fotomontagem de dinossauros com cabeças de políticos simbolizando Quércia, Newton Cardoso, Brizola, Collor e Maluf. A manchete foi “O parque dos dinossauros” e uma tabuleta com o subtítulo “Estas espécies foram tiradas de circulação”. Como aprendiz de clarividente a revista não foi aprovada como os anos seguintes iriam mostrar: Quércia sempre manteve seu poder político em São Paulo (e em 2010 estava em vias de se eleger senador caso não tivesse enfrentado grave problema de saúde na reta final da campanha); Newton Cardoso foi eleito Deputado Federal em 2010; Brizola morreu; Collor foi absolvido pela Supremo Tribunal Federal dos vários episódios que culminaram com seu impeachment em 1992 e em 2006 foi eleito senador por Alagoas; Paulo Maluf foi eleito Deputado Federal em 2006 com a maior votação proporcional do país e reeleito em 2010 com a terceira maior votação de São Paulo.
Na semana em que se realizou o segundo turno para presidente da República em 2002, a capa da revista Veja (1774, de 23/10/2002) trazia ilustração e fotomontagem de cachorro na coleira com três cabeças – Marx, Trotsky e Lênin. A manchete: “O que querem os radicais do PT?”. Na lateral superior esquerda o alerta “Brasil – o risco de um calote na dívida”. Como subtítulo: “Entre os petistas, 30% são de alas revolucionárias. Ficaram silenciosos durante a campanha. Se Lula ganhar, vão cobrar a fatura. O PT diz que não paga”. Ainda assim, é comum que a revista se apresente ao país como revista independente, sem qualquer vínculo político-partidário, plural etc., etc., etc.
Chega 2006 e com ele mais um pleito presidencial. Deixemos de lado as capas nas duas semanas dos primeiro turno. A capa de Veja (1979, de 25/10/2006) trazia a foto (um tanto assustado) do filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e como a lhe fazer sombra a imagem em tons fantasmagórica do pai presidente. A manchete: “O ´Ronaldinho´ de Lula” e o subtítulo “O presidente comparou o filho empresário ao craque de futebol. Mas os dons fenomenais de Fábio Luís, o Lulinha, só apareceram depois que o pai chegou ao Planalto”. As matérias internas eram compostos de livres exercícios de desconstrução da imagem do presidente candidato à reeleição.
Tudo o que podia existir de errado no país ao longo dos últimos quatro anos era creditado na conta de Luiz Inácio Lula da Silva. E o que, porventura, dera certo, estava creditado na conta de seu antecessor Fernando Henrique Cardoso, agora representado pelo candidato tucano Geraldo Alckmin. Este raciocínio, compartilhado não apenas pela revista da Abril, — mas também pelos principais jornais e emissoras de rádio e tevê do país — continua vigente até este ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo. Na semana das eleições a capa de Veja (1980, de 01/11/2006) trazia duas cabeças de perfil – Alckmin e Lula, olhando em direções opostas. A manchete “Dois Brasis depois do voto?” Mais o subtítulo alarmista: “Os desafios do presidente eleito para unir um país dividido e fazer o Brasil funcionar”.
Parece que o baú de Veja não guarda truques novos. Apostar no medo, no pânico da população está sempre ao alcance de suas mãos. Também soa extemporâneo declarar o óbvio sobre quem “dividiu o país” e quem “fará o país funcionar”. Isso fica claro nas reportagens internas dessa edição.
Mudemos agora um pouco o padrão de análise a que me incumbi. Em relação ao pleito recém-concluído optei por destacar quatro capas de Veja, em sequência. Elas dizem à larga como a revista tomou partido ao longo dos últimos anos, como explicitou suas preferências partidárias e como encontrou fôlego para manter o discurso que é ‘politicamente independente e sem nenhum compromisso, a não ser perante ela própria e os seus leitores, e que não se identifica com nenhum partido ou grupo social’.
– Veja n° 2181, de 8/9/2010 trazia na capa a ilustração em primeiro plano de um polvo se enroscando no brasão da República. A aterrorizante imagem é realçada pelo fundo negro contra o qual é inserida a medonha ilustração. A manchete “O partido do polvo” e o subtítulo “A quebra de sigilo fiscal de filha de José Serra, é sintoma do avanço tentacular de interesses partidários e ideológicos sobre o estado brasileiro”. A revista pode até ter pudores de não dizer na capa quem é o seu candidato à presidência do Brasil mas não guarda nenhum pudor em satanizar quem, definitivamente, não merece seu respaldo.
– Veja n° 2182, de 15/9/2010 repetia na capa a mesma ilustração sendo que agora o polvo enrosca seus tentáculos em maços de dinheiro. Mudou o pano de fundo que agora é avermelhado. Manchete “Exclusivo – O polvo no poder”. Subtítulo “Empresário conta como obteve contratos de 84 milhões de reais no governo graças à intermediação do filho de Erenice Guerra, ministra-chefe da Casa Civil, que foi o braço direito de Dilma Rousseff”.
– Veja n° 2183, de 22/9/2010 tem novamente na capa o famoso molusco marinho da classe Cephalopoda lançando gigantescos tentáculos dentro do espelho d´água do Palácio do Planalto. Alguns tentáculos já se enroscando nas colunas projetadas por Oscar Niemeyer. A manchete: “A alegria do polvo”, um balão daqueles de revista em quadrinhos e delimitado por raios abarcava a interjeição “Caraca! Que dinheiro é esse?”. Ao lado longo texto explicativo sobre o autor da espantada locução: “Vinícius Castro, ex-funcionário da Casa Civil, ao abrir uma gaveta cheia de pacotes de dinheiro, na reação mais extraordinária do escândalo que derrubou Erenice Guerra”.
– Veja n° 2184, de 29/9/2010 mostra que os dias de celebridade do predador octopoda haviam terminado. Agora a capa reproduz página da Constituição Federal, onde se podia ler excertos do Art. 220 – Da Comunicação Social. Até aí nada demais. O que chama a atenção é uma estrela vermelha apunhalando a página. Coisa de ninja assassino lançando sua mais letal arma. Manchete: “A liberdade sob ataque”. Subtítulo: “A revelação de evidências irrefutáveis de corrupção no Palácio do Planalto renova no presidente Lula e no seu partido o ódio à imprensa livre”. Para uma revista que tanto preza a Constituição do Brasil resta lamenta a falta que fez nessa edição uma boa reportagem sobre a regulamentação dos cinco artigos constitucionais dedicados à Comunicação Social. Especialmente aquele de número 224. Sim, este mesmo!, o que inicia com estas palavras: “Para os efeitos do disposto neste capítulo, o Congresso Nacional instituirá, como órgão auxiliar, o Conselho de Comunicação Social, na forma da lei.”
A grande imprensa brasileira parece usar dicionário bem diferente daquele usado por cerca de 200 milhões de brasileiros. Palavras como isenção, apartidarismo, independência editorial, adesão à pluralidade de pensamento, parecem completamente divorciadas de seu significado real, aquele mais comezinho, aquele que figura logo no início de cada verbete. E quanto mais parte considerável da imprensa mais vistosa – essa que tem maior circulação, maior carteira de assinantes, maior audiência etc. – afirma ser uma coisa mais demonstra ser exatamente o seu bem acabado oposto. O fenômeno parece com crise de identidade tardia, constante e renitente. Quer ser algo que não é. E a todo custo. Custo que inclui credibilidade, responsabilidade.
E não é por outro motivo que ao longo do mês de setembro de 2010 pululavam no microblog twitter mensagens como esta de 16/9/2010 dizendo o seguinte: “Faltam 18 dias, 2 capas de Veja e 2 manchetes de domingo da Folha para as eleições em que o povo brasileiro mostrará sua força política.”
Pelo jeito como a realidade deu conta de dar seu recado os efeitos das capas foram absolutamente inócuas junto à população. Se eram destinadas a produzir um efeito X, terminaram por produzir um efeito Y. Tanto em 2002 quanto em 2006 e há poucas semanas, também em 2010. Talvez tenha chegado o momento de voltar a dedicar suas capas à busca do elo perdido, aquele que deve nos ligar indissoluvelmente ao macaco ou então direcionar suas energias para encontrar algo mais nobre como o Cálice Sagrado, o Santo Graal. Outra opção poderia ser investir na localização de lugares como Avalon nas cercanias das Ilhas Britânicas. Mas como Veja tem mostrado pendores para eternizar seres marinhos talvez tenha mais proveito se buscar vestígios da Atlântida. Uma pista: boas indicações foram deixadas por Platão (428 a.C. – 348 a.C.) em suas célebres obras “Timeu ou a Natureza” e “Crítias ou a Atlântida”.
 

terça-feira, 30 de novembro de 2010

UMA POSTAGEM PARA REFLEXÃO

O Brasil derrota o Brasil. Para delírio do Brasil

por Luiz Carlos Azenha
A população brasileira vibra. “Forças de segurança” garantiram a vitória do Brasil contra… quem mesmo? O Brasil.
Finalmente, nossa gloriosa bandeira está hasteada em Iwo Jima.

A foto foi publicada no site do Sidney Rezende.
O discurso é grandiloquente: o território teria sido “libertado”, o “momento simbólico entra para a história”, é a “atitude emblemática”.
Na cobertura dos acontecimentos do Rio de Janeiro só está faltando aquela vinheta “Brasil!” que a Globo usa na Copa do Mundo.
Em uma única edição do Jornal Nacional, dois populares apareceram falando na vitória do “bem”.
É a negação, pela força, de que o “mal” também somos nós, brasileiros.
Ou fomos invadidos por uma força estrangeira de traficantes? Seriam seres extraterrestres os bandidos do Alemão? Seriam resultado de geração espontânea?
Por trás do heroísmo do BOPE, dos blindados que sobem o morro com a bandeirinha do Brasil tremulando, dos repórteres que usam coletes à prova de bala, por trás de todo o circo há uma guerra do Brasil contra o Brasil.
Os “ratos” que fogem pelo esgoto somos todos nós, brasileiros.
É nessa hora da “exceção” que reconhecemos o verdadeiro Brasil: o que clama pelo fuzilamento, o que nega direitos básicos elementares para os outros (inviolabilidade do domicílio, por exemplo), o que se concentra em soluções de curto prazo, o que esconde a miséria quando vai receber visita (o mais importante é ‘preparar o Rio’ para a Copa e as Olimpíadas).
A maconha, a cocaína e as anfetaminas amplamente consumidas nas festas e casas da classe média brasileira, afinal, aparecem lá por “geração espontânea”, do mesmo jeito que os traficantes do Alemão e da Vila Cruzeiro.
Como escreveu o Sakamoto, o Brasil perdoa o Brasil que usa métodos criminosos contra criminosos.
Como escreveu o Luiz Eduardo Soares, o Brasil busca as soluções fáceis, pirotécnicas, maniqueístas.
Para que tudo continue como está, eu acrescentaria. Para que o Brasil continue gastando mais com juros do que com saúde, educação e salários.
Para que, assim que a farsa acabar, os “heróis” de hoje sejam acusados de abalar as contas públicas, se continuarem a reivindicar a aprovação da PEC 300, a que visa criar um piso salarial para os policiais brasileiros.
Deveríamos ter vergonha de ter deixado as coisas chegarem onde chegaram. Deveríamos ter a decência de não usar o patriotismo onde cabe a vergonha.
 
 

Beatriz Vargas Ramos e o RJ: Direito ao dissenso

“Segundo a investigadora Vera Malaguti, o inimigo público número um está sendo esculpido tendo por modelo o rapaz bisneto de escravos, que vive nas favelas, não sabe ler, adora música funk, consome drogas ou vive delas, é arrogante e agressivo, e não mostra o menor sinal de resignação” (Eduardo Galeano, De pernas para o ar: a escola do mundo ao avesso).
por Beatriz Vargas Ramos, no blog Na sombra da mangueira
Desde domingo passado, quando surgem os primeiros incêndios de veículos nas ruas do Rio de Janeiro e a imprensa dá início à cobertura dos fatos, uma voz vem repercutindo e crescendo acima do burburinho e do bombardeio – o outro bombardeio, o das imagens, estáticas ou dinâmicas, que vem de todas as direções. Parece existir uma esperança no ar, algo semelhante àquele sentimento que paira em final de copa do mundo, de que, desta vez, sim, a vitória está garantida!
Diz-se que a vitória em questão é a da guerra contra o crime, em especial, o tráfico de drogas, o mais hediondo de todos, encarnado pelo inimigo público nº 1, aquele que convoca todos os ódios, medos e paixões.
Percebe-se em transmissões de rádio e TV uma entonação diferente na voz, um olhar diferente, outra respiração, uma adrenalina, certa dose de euforia, embora contida, na pronúncia de trechos inteiros de um discurso carregado de armamento mortal contra o traficante das drogas ilícitas, uma verdadeira descarga de metralhadora como esta: “Acuados centenas de criminosos, operação prossegue, 450 homens do BOPE e das polícias Militar e Civil do Rio, com apoio inédito de veículos blindados da Marinha, provocou a fuga de centenas de criminosos da Vila Cruzeiro”… Tudo parece indicar um final feliz, vence o mocinho e o bandido é eliminado.
Surge no horizonte um outro Cabral que refunda (palavra que voltou à moda moda recentemente) um marco histórico e promete, a partir do Rio, (re)descobrir um novo Brasil em meio aos escombros da batalha contra o crime. Esse Cabral é jovem, cheio de testosterona, como todos os corpos machos envolvidos, heróis ou bandidos desta guerra. Chama a bandidagem para a briga, diz que não vai recuar, não tem medo de terrorista. A ênfase que a imprensa tem dado a esse Cabral não é a de líder de um governo estadual com “estratégias bastante distintas do padrão vigente”, como Cláudio Beato escreveu hoje na Folha de S.Paulo (26/11/2010, A-3).
Estão dizendo na TV que os brasileiros querem blindados e tanques de guerra para defender a “sociedade dos ataques dos criminosos”. E esses brasileiros existem e para nos provar sua existência são levados para a tela da TV. Formam, certamente, a tal maioria numérica (grupo que, sozinho, está em quantidade superior à metade do grupo inteiro) necessária para emplacar um plebiscito pela pena de morte, por exemplo. Despontaram na telinha pessoas que estão acreditando nisso, precisam acreditar, que as Forças Armadas vencerão a guerra contra o tráfico. Houve um cidadão que chegou a manifestar expressamente sua crença de que “no fim, o bem vencerá o mal”. O que estão pedindo os moradores das próprias áreas ocupadas pelas tropas e blindados? Exatamente isso, tropas e blindados! Nunca a voz da favela ecoou tão diretamente ou repercutiu de forma tão imediata junto ao Poder Público. Vocês querem o BOPE? Vocês querem o exército e a marinha? Pois tomem BOPE, tomem exército, tomem marinha! Não é a segurança um direito do cidadão? Na linguagem mercadológica: satisfação total do cliente! As mortes de crianças, idosos, jovens, homens e mulheres não diretamente envolvidos são efeitos colaterais do combate necessário.
Ora, mas essa é a fala dos que querem fazer da segurança pública a máquina para matança de brasileiros pobres, traficantes ou não traficantes, bandidos ou mocinhos! Esse discurso pode se voltar facilmente contra UPP’s, contra polícia cidadã, pode minar condições para construção de qualquer coisa distinta do BOPE e reverter as possibilidades de tratamento da questão da violência na linha dos direitos humanos.
Hoje eu ouvi no rádio um comentarista dizendo que Forças Armadas são treinadas para matar o inimigo e, portanto, “se todos querem as Forças Armadas nesse conflito, que depois não venham chorar os cadáveres espalhados”.
Sinto-me mal, dói a cabeça, o estômago arde, fico indignada… Discuto sozinha na sala, em frente à TV… O Merval Pereira também entende de segurança pública! Estamos salvos… E eu que nem sabia dessa… Já cheguei a pensar que ele era o dublê de voz do Alf, o ETeimoso , mas – quem diria! – não sabia de sua expertise em estratégias contra o crime. Acaba de sugerir o corte de todo e qualquer tipo de comunicação, com o mundo externo, dos líderes do tráfico que saíram de Catanduvas para Porto Velho.
E se a queima de automóveis não for por causa das UPPs? E se as milícias tiverem uma função mais importante nesse cenário?
Entretanto, não é implausível que traficantes dos morros do Rio reajam desta forma se estiverem diante da dificuldade de sobrevivência dos pontos de comercialização da cocaína ou, pior, na iminência de perder o controle sobre a venda da droga proibida.
(Aos traficantes “incluídos”, aptos ao exercício do consumo graças ao negócio lucrativo da cocaína, não interessa a descriminalização, porque outra é a lógica do mercado lícito, onde reassumirão o status de simples excluídos da ordem legal – dominada que é pela elite financeira, pelos ricos que podem consumir qualquer droga ilícita ou comercializá-la impunemente).
Como será que reagiriam, por exemplo, os empresários do fumo e do álcool se, por qualquer razão, absurda razão, fossem ameaçados de perder seu business? A diferença entre ambos, além, é claro, do selo de licitude/ilicitude do produto comercializado, é que o primeiro negócio gera muito mais dinheiro e movimenta uma outra indústria da morte, a das armas e munições.
Algum dia talvez se possa desmanchar esse falso consenso de que o proibicionismo penal, com a produção de cadáveres, culpados ou inocentes, vai derrotar o tráfico e deixar o Rio de Janeiro – e o resto do mundo – livre da droga. Hoje já se percebe alguma tolerância em relação à maconha, fala-se em consumo recreativo de maconha na Califórnia, a maconha é cultivada na Califórnia. Está deixando de ser negócio de índio e está virando negócio de branco. Não demora a sair a legalização…
Essa guerra não é nossa. Não é carioca, não é brasileira e nem sulamericana. Que me desculpem certas personagens da nova esquerda punitiva, limpinha, engomadinha e que não fala palavrão, é injustificável o investimento de tantos recursos a serviço na eliminação física dos pobres. Massacre não significa mais segurança pública, é apenas o serviço do business dos equipamentos e tecnologias de segurança produzidos pelos países ricos. Essa guerra não existe para acabar com a droga. Jamais terá fim essa guerra infinita. Somente pausas, tréguas, intervalos. É para ser consumida no formato novela, seriado. Trata-se da guerra pela guerra, um outro bom negócio que não pode acabar, neverending war…
Produto altamente rentável no mercado, a guerra também é sensacional. Ela consome armamento e tecnologia e vende cinema, novela, jornal, cultura para a massa. Imagens reais e fictícias. A guerra vende sensação. No fim, a guerra é do mesmo partido que a droga, o partido da sensação, ela promete o mesmo que a droga.
Ainda pior que o consenso da lógica beligerante no terreno das drogas é a impossibilidade do dissenso – arrogante, violenta e antidemocrática. Por que não discutir princípio de segurança pública, ao invés de alimentar o espetáculo produtor de ethos heróicos e guerreiros, papéis historicamente destinados aos eternos derrotados, de ambos os lados, dessa estúpida guerra, os jovens pobres que vêm do mesmo lugar, uns para serem policiais e outros para serem bandidos? Não, isso não é um set de filmagem, isso é real.
É real o fogo marginal que se espalha pelo asfalto fazendo vítimas de verdade. Não é faz-de-conta o fogo oficial que sobe o morro para deixar mais corpos no chão. Ao final, a luz não vai se acender, não haverá cortinas a se fecharem sobre uma grande tela escura por onde desfilarão os créditos da obra. Não, não haverá um fundo musical, enquanto nós, passivos espectadores, mudamos de canal, do jornal nacional para a novela das oito, com a agradável sensação de que é o mundo que está mudando para melhor (ou para pior, quem sabe?). O depois será o saldo da violência, a morte, a dor, a intensificação do ódio, na sequência, o esquecimento e, com ele, outros jovens, pobres e negros, retomarão os postos dos bandidos mortos. A guerra contínua já pode recomeçar.
Essa queima de carros e ônibus praticada no palco social visível da classe média pede uma resposta imediata, é verdade, uma reação pronta, de força e manutenção da ordem. Mas é pontual, uma reação momentânea, porque não dá para transformar as forças armadas na força de segurança das cidades brasileiras, seja o Rio ou qualquer outra. Irmão invisível, grande irmão que nos vê a todos, anjo do bem que abre para nós suas janelas de ver o mundo, deixe-nos em paz com nosso sofrimento. Não nos queira convencer que essa guerra é boa, que é a única saída possível e vai nos livrar de todo mal da droga para sempre, amém.
A discussão pública corre o risco de seguir, mesmo depois do fim das recentes eleições, a mesma linha estúpida, simplificadora e maniqueísta entre o bem e o mal, no caso, a guerra ou a droga. Por favor, que se respeite ao menos o direito que as minorias (grupo que, sozinho, é menor que a metade do grupo inteiro) têm ao dissenso!
* Beatriz Vargas Ramos é advogada, foi professora assistente de Direito e Processo Penal da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), de 1994 a 2009. Atualmente leciona na Universidade de Brasília (UNB), onde está concluindo o doutorado na área de Direito.
 

segunda-feira, 15 de novembro de 2010


Gil Vicente usava o Auto para peças cuja finalidade era tanto divertir quanto instruir; seus temas, podendo ser religiosos ou profanos, sérios ou cômicos, deveriam, no entanto, guardar um profundo sentimento moralizador.
Passado um pouco mais de 500 anos destas construções podemos comprovar o quanto não houve evolução ética na sociedade. A imagem acima é um retrato disso.

A foto fala por si própria

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Presidente ou Presidenta? Polêmica, agora, é como o brasileiro vai chamar sua superpoderosa

Chamar presidenta fortalece a luta feminista porque sinaliza logo tratar-se de uma mulher?

 

Paulo  Leandro|Redação CORREIO
paulo.leandro@redebahia.com.br

Imagina uma cena assim.

- Presidente, presidente, como vai a senhora?
- Presidente uma conversa. Me respeite que eu sou é presidenta. Presidentaaa, entendeu bem? Presidenta!

Este suposto carão de Dilma é só um exercício de fantasia. Mas bem que poderia ilustrar a encruzilhada sociolinguística que sucedeu a eleição de Dilma Rousseff  presidente do Brasil. Ou presidenta. 
A questão pode parecer irrelevante, pois à primeira vista, tanto faz chamar de um ou de outro jeito. Mas ela traz em seu rastro inquietações decisivas para os próximos quatro anos. A escolha por uma ou outra opção gera resultados bem diferentes. Do ponto de vista da norma culta, os dicionários Aurélio e Houaiss já recomendam o uso de presidenta como feminino de presidente ou para a mulher do presidente, mas o debate não se esgota aí.
Chamar presidenta fortalece a luta feminista porque sinaliza logo tratar-se de uma mulher? Presidente, como o CORREIO prefere, é melhor que presidenta para os ouvidos e leitores sensíveis? Dá pra chegar a uma conclusão ou cada um faz sua escolha?

A professora Paula Gemima, especialista em linguagem de sinais para deficientes auditivos, optou por chamar presidente. “Assim, fazemos um sinal só com a mão, pois o sinal já traz implícita a ideia que é um homem presidente. Se chamar presidenta, seriam dois sinais, um para o cargo e outro para mulher”, simplificou, antes de treinar mais um aluno em Paripe, no Subúrbio, onde mantém seu curso.
COTIDIANO Já a pedagoga e professora de português, Maria Cristina Vidal, prefere a opção mais fácil de entender. Estabelecida no ramo de suporte pedagógico, a antiga “banca” ou “reforço escolar”, ela ensina a seus alunos escreverem “a presidente” porque “a presidenta não soa bem”.
Cristina compara: “gerenta também existe, mas ninguém chama assim desse jeito. No Exército, não tem soldada, nem capitã... é muito feio!”.
A pró segue os ensinamentos do professor Adalberto J. Kaspary, que vai buscar na  Academia das Ciências de Lisboa, a fonte para defender o uso da palavra comum a homem e mulher: presidente. Segundo a interpretação de Kaspary, “presidenta” pode tornar-se pejorativo, principalmente se ela fracassar.
Chamar de chefa e parenta também ficou meio baixo-astral em contextos específicos de desvalorização da mulher.
Ellen Gracie Northfleet, a primeira mulher a presidir o Supremo Tribunal Federal, se diz presidente, que é mais formal, como pede o cargo. A acadêmica Nélida Piñon seguiu esta trilha, ao apresentar-se como “a primeira presidente” da Academia Brasileira de Letras. Patrícia Amorim é a presidente do Flamengo e não presidenta.
O famoso professor Pasquale Cipro Neto se escala no time que prefere chamar “presidente Dilma”. Em uma de suas aparições em programas de TV sobre língua portuguesa, aproveitou o momento político para decretar: normalmente as palavras que terminam ‘nte’ não têm variação. “O que identifica o gênero é o artigo que o precede, como o gerente, a gerente, o pedinte, a pedinte”.
A professora baiana, filha de pais russos, Nadegda Kochergin, pede licença para discordar do mestre Pasquale: “Presidenta é melhor porque deixa claro ser uma mulher e a questão de gênero, agora para o Brasil, vai tomar um novo fôlego”.  É assim, “presidenta Dilma” que o Kumon, estabelecimento onde a professora Nadegda trabalha, com 25 unidades em Salvador e Região Metropolitana, vai recomendar a seus 2,6 mil alunos.
Na campanha, o PT divulgou “candidata a presidenta”. Se for dado a Dilma o direito de decidir como prefere, é muito provável que ela determine ser chamada  “presidenta”.
Antes, a forma feminina se estabeleceu em professora, doutora e juíza, que também soaram estranho nos primeiros anos, mas depois foram assimilados no falar cotidiano dos brasileiros.
MAIS SIMPLES
Na Argentina, a presidenta Cristina Kirchner jamais deixou qualquer dúvida de sua preferência. “Presidenta! Comecem a se acostumar. Presidentaaa... e não presidente!”,  gritava aos eleitores e eleitoras, toda animada, na campanha.
As mulheres argentinas saíam do chão nos comícios, felizes da vida com a disposição de Cristina para encarar a tradição machista.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Eleições do 2º turno

Sintep/MT convoca militância para se envolver nas discussões do 2° turno

O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) convocou a militância a se envolver nas discussões a fim de garantir a eleição do Projeto Democrático e Popular na presidência. O encaminhamento é resultado do último Conselho de Representantes da entidade, realizado nos dias 09 e 10 de outubro.
"O cenário atual aponta para um golpe da mídia com vistas a derrubar um governo popular disposto ao diálogo com a classe trabalhadora e comprometido com as causas sociais e políticas públicas voltadas aos menos favorecidos", ressaltou o presidente do Sintep/MT, Gilmar Soares Ferreira.
Além disso, os sindicalistas se comprometeram a promover o esclarecimento sobre os dois projetos de governo em disputa no segundo turno. "O eleitor precisa estar atento para não condenar esse país ao atraso, para não retroceder nos avanços alcançados até agora", continuou. A intenção é que a categoria se envolva na promoção do debate com foco nos resultados para que o eleitor analise e confronte os projetos de governo. "Nós, trabalhadores da educação, temos o papel fundamental de demonstrar os resultados de cada governo para que a população vote conscientemente".
Segundo ele, o resultado da votação do dia 31 de outubro será uma decisão crucial para o Brasil, porque representa o confronto de duas políticas em dois ciclos diferentes. "O primeiro foi extremamente conservador, com altos índices de desemprego, miséria, fome e insegurança. Depois, de 2003 a 2010, tivemos outro projeto comprovadamente mais fiscalizador e empreendedor, com maior garantia de acesso à educação, à moradia e ao próprio crédito financeiro", analisou Gilmar Soares.
Fonte: Pau e Prosa Comunicação
  Pena que nem todos os filiados tem coragem de envolver na promoção desse debate, existe o  medo das represálias.
Obs: Penso que aqui no meu blog eu posso publicar esta reportagem ja que no mural da escola é crime eleitoral (risos)
                                               

Serys comemora a eleição da primeira presidente do Brasil

Por Redação.. - 03.11.2010 às 16:23:00



 



Primeira senadora a discursar na sessão desta quarta-feira (3), a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) saudou a eleição da correligionária Dilma Rousseff para exercer a Presidência da República entre 2011 e 2014.
- Parabéns Dilma Rousseff, 'presidenta' do Brasil! Primeira mulher no comando maior desta nação após 510 anos de sua história - disse.
Serys também traçou um panorama histórico resumido da participação feminina na política brasileira. Ela comentou a eleição, em 1928, da primeira mulher prefeita no Brasil: Alzira Soriano, eleita para comandar a prefeitura de Lajes (RN). À época, acrescentou a senadora, o fato foi destaque inclusive no jornal norte-americano The New York Times, pois Alzira foi também a primeira mulher da América Latina a assumir a gestão de uma cidade.
Mas apenas em 1932, no governo Getúlio Vargas, registrou Serys, foi finalmente garantido o direito ao voto para as mulheres brasileiras.
A senadora lembrou também de Maria Luiza Fontenele, primeira mulher a ser eleita prefeita de uma capital brasileira, Fortaleza (CE), em 1986. Nesse mesmo ano seria eleita ainda a primeira governadora: Iolanda Fleming no Acre. Já a primeira mulher a comandar a maior cidade do país, São Paulo, foi Luiza Erundina, em 1989.
Serys também fez referência à sua própria história, pois foi ela a primeira mulher eleita para o Senado Federal pelo estado do Mato Grosso, em 2002.
A senadora disse ainda que vai sugerir a Dilma apoio à uma ampla reforma política que, dentre outros pontos, discuta o financiamento público de campanhas e o voto em listas com alternância de gênero. Serys também elogiou o discurso de vitória feito pela presidente eleita logo após a proclamação do resultado da votação.
Em aparte, o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) congratulou a presidente eleita e disse que a oposição acompanhará e fiscalizará, de maneira responsável, o novo governo petista. O senador afirmou ainda que Serys poderia ser uma das ministras do governo Dilma.
BRASÍLIA (Agência Senado)

Escola Angelina Franciscon Mazutti em destaque no site da Seduc/MT

Coordenadoria divulga resultado de seleção do Projeto Parlamento Juvenil do Mercosul



A Professora Jeane e Alunos, Ana Cristina, Daniely e Raviano Finalistas do Projeto Parlamento Juvenil do Mercosul
Os estudantes Ana Cristina Soares de Almeida, da Escola Estadual “Angelina Franciscon Mazutti”, da cidade de Campos de Júlio; Daniely Aparecida Gonçalves Leite, da Escola Estadual “7 de Setembro”, do município de Barra do Bugres; Raviano Dos Santos Coelho, da Escola Estadual “Antonio Gomes Primo”, de São José do Xingu e a professora Jeane Berbel Santana, de Barra do Bugres, da Escola Estadual “7 de Setembro”, foram escolhidos para representar Mato Grosso na Seleção Nacional do Encontro do Parlamento Juvenil do Mercosul; O evento ocorre em Brasília, nos dias 14, 15 e 16 de setembro de 2010.

O Parlamento Juvenil será realizado em Montevidéu, no Uruguai. Lá estarão presentes também alunos da Argentina, Paraguai, Bolívia, Chile, Uruguai e Venezuela.

A seletiva contou com a inscrição de dez estudantes e nove professores, “o que muito nos honra pela disponibilidade e participação nesse projeto, que incentiva o diálogo e a vivência política nas escolas”, declara a responsável pela projeto na Seduc, professora Neiva Boeno, que atua na Coordenadoria de Projetos Educativos (CPE).

A professora Neiva explica que o Projeto Parlamento Juvenil do Mercosul está em sua primeira edição e os estudantes selecionados na etapa estadual terão um mandato de dois anos e estudarão os materiais disponíveis no site http://www.emdialogo.uff.br/parlamento-juvenil, bem como dialogarão por meio dos fóruns sobre a temática “O ensino médio que queremos”.

Durante a Seleção Nacional do Parlamento Juvenil do Mercosul, em Brasília, as atividades serão intensas já que os parlamentares juvenis participarão de oficinas, palestras e passeios pedagógicos e culturais.

A escolha dos 27 representantes do Brasil, sendo 18 titulares e nove suplentes, será conduzida pelo Ministério da Educação (MEC), com o apoio do Unicef e do Observatório Jovem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O “Parlamento Juvenil do Mercosul” nasceu como um projeto cujo principal objetivo é abrir espaços de participação para que os e as jovens troquem ideias, dialoguem e discutam entre eles/as sobre temas que tenham uma profunda vinculação com suas vidas presentes e futuras.

Assessoria Seduc (Com Informações do site Parlamento Juvenil)

Apresentação do Projeto " Campo limpo das embalagens de agrotóxicos"

A SECITEC em parceria com a SEDUC MT, todos os anos promovem a Mostra de Ciência e Tecnologias.

  A seleção acontece em duas fases distintas, Municipal e regional, Este ano as Escolas Angelina Franciscon Mazutti e Germano Lazaretti, apresentaram um total de 43 projetos, sendo que os três escolhidos pertecem a Escola Angelina Franciscon Mazutti.
  Na categoria Ensino Médio o projeto que orientei "Campo limpo das embalagens de agrotóxicos" foi selecionado para representar Campos de Júlio na regional que foi em Tangará da Serra.
  Os alunos Ana Cristina S. Almeida e Rony Cristian realmente fizeram sucesso nas apresentações que contou com um grande grupo de participantes.
  Veja as fotos abaixo:


  Veja as fotos abaixo.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Parlamento Juvenil Mercosul 2010

Brasil    Como participar

Como trabalha o Parlamento Juvenil do Mercosul no Brasil?
A participação juvenil no Parlamento do Mercosul será uma grande oportunidade para os alunos expressarem suas idéias e anseios a respeito de questões que afetam diretamente suas vidas, no contexto dos temas discutidos no Mercosul, com enfoque principal na Educação Secundária.

O objetivo do Parlamento Juvenil do Mercosul é garantir a presença e a visibilidade de alunos secundaristas nesta nova instância de representação.

Esta iniciativa será uma importante contribuição ao processo de construção de cidadania dos adolescentes brasileiros e dos demais países do Mercosul, dando-lhes a oportunidade de exercer plenamente o direito a participação. dd cvens estudantes er escutado em processos de tomada de celeger

A participação como um direito universal, não é, porém um presente ou privilégio dos adultos, e sim o direito de cada criança e adolescente de fazer parte, de ser escutado, e ter suas opiniões levadas em consideração. Além disso, o direito a participação abre portas para a conquista de novos direitos. A participação dos alunos no Parlamento Juvenil do Mercosul faz parte de mais uma conquista dos adolescentes brasileiros que lutam, se organizam, se mobilizam e conquistam novos espaços de participação no dia a dia.

As escolas e Secretarias Estaduais serão as principais portas de entrada para o exercício do direito à participação no Parlamento Juvenil do Mercosul.

Participação das Secretarias Estaduais de Educação no Parlamento Juvenil
As Secretarias Estaduais de Educação, por meio de suas coordenações/divisões de ensino médio, são responsáveis por organizar um processo de escolha/seleção de três jovens e um professor de ensino médio para participar da seleção nacional em setembro em Brasília.

Nesse sentido, o Ministério da Educação está enviando às escolas o material de divulgação do Parlamento para conhecimento e, às Secretarias, material de orientação, como formulários para adaptação, reprodução e distribuição entre as escolas. Caberá às SEDUCs organizarem-se para receber as inscrições dos interessados e organizar o processo de seleção.

Nesse sentido, as Secretarias de Educação poderão escolher o processo de seleção que lhes for mais conveniente, podendo, por exemplo, realizar um concurso de redação entre os jovens que manifestarem interesse; selecionar jovens entre as escolas que já desenvolvam projetos de participação juvenil, entre outros. O importante é que as regras do processo de seleção sejam claras e democráticas, e de preferência que os alunos sejam diretamente envolvidos no processo de escolha.

Idealmente cada Secretaria mobilizaria um grupo de no mínimo 15 adolescentes, com equilíbrio entre meninos e meninas, para que os mesmos pudessem realizar o processo de escolha democrática entre si. Se um número maior de alunos for mobilizado a Secretaria poderia inclusive organizar um Fórum Estadual para o processo de escolha.

Para o processo de seleção, os escritórios zonais do UNICEF responsáveis pelos estados BA, CE, PE, MA, PA, AM, SP, RJ, ES, MG poderão ser acionados, caso a Secretaria ache necessário, a fim de que esse parceiro possa ajudar na condução da seleção.

No entanto, alguns critérios deverão servir como base para que os jovens possam ser escolhidos.


Critérios de Seleção

Para organizar o processo de seleção, as escolas deverão, preferencialmente:

Desenvolver projetos na área de participação juvenil em fóruns semelhantes;
Oferecer Espanhol como língua estrangeira;
Estar próximas às áreas de fronteira, no caso de estados que fazem limites com países do Mercosul.
Esses critérios para as escolas não são obrigatórios e, portanto, não excluem as escolas que não se encaixarem nos mesmos.

Para participar do processo de seleção, os alunos deverão, obrigatoriamente, estar matriculados no ensino médio, e, preferencialmente:

Ter entre 14 e 17 anos;
Ter alguma experiência de participação social anterior.
Para escolha dos alunos, deve-se dar preferência aos que, além de terem bom desempenho escolar, sejam comunicativos, exerçam liderança em suas turmas, sejam engajados em projetos que a escola desenvolva, bem como sejam interessados nos temas relativos ao jovem e sua participação cidadã. Atuar em projetos comunitários também é um bom diferencial.

Seleção Nacional
Alunos:

As SEDUCs coordenarão o processo de seleção e inscrição de 81 adolescentes dos 27 Estados da Federação, sendo três (3) de cada Estado.

O UNICEF contribuirá diretamente na seleção de 20 alunos, para garantir a diversidade e a presença de adolescentes de comunidades indígenas e quilombolas, do Semiárido e da Amazônia e adolescentes das comunidades populares dos grandes centros urbanos.

Os jovens selecionados pelas SEDUCs terão as passagens e hospedagem custeadas e deverão ficar em Brasília no período de três dias, durante os quais elegerão, entre seus pares, os 27 estudantes que os representarão no Parlamento Juvenil no Uruguai, participarão de oficinas de preparação para atuarem como representantes titulares e suplentes e como colaboradores ativos e críticos em todo o processo de representação, discutirão o material produzido pela Coordenação do Projeto e os temas de interesse, bem como produzirão outros documentos para serem discutidos, além de visitarem o Parlamento Brasileiro (Congresso Nacional), onde terão a oportunidade de vivenciarem o processo de representação do qual farão parte.

A seleção nacional ocorrerá em setembro em Brasília. O processo de escolha será conduzido pelo Ministério da Educação com apoio da UNICEF e do Observatório Jovem, parceiros nacionais do projeto.


Professores:

Cada estado indicará um número proporcional de professores para acompanhar os adolescentes na etapa nacional. No evento em Brasília, serão escolhidos 9 (nove) professores, para acompanhar os adolescentes ao Uruguai, a fim de que cada professor seja responsável por três estudantes. O processo deverá ser conduzido pelos próprios professores presentes, da forma mais democrática possível, obedecendo à seguinte proporcionalidade:

REGIÃO QUANTIDADE
Sul 01 professor
Sudeste 02 professores
Centro Oeste 1 professor
Norte 2 professores
Nordeste 3 professores
Atividade Período Responsável
Envio
de material de divulgação para as Secretarias de
Educação e Escolas de Ensino Médio Maio SEB/MEC
Seleção
Estadual Junho a agosto SEDUCS e UNICEF
Preparação
para a seleção nacional Agosto AI/SEB/UNICEF/Observatório
Jovem
Seleção
Nacional Setembro AI/SEB/ UNICEF/Observatório
Jovem
Preparação
dos estudantes e professores selecionados Setembro SEB/UNICEF/Observatório Jovem
Parlamento
Juvenil do Mercosul Outubro Coordenação
internacional
Retorno
e desenvolvimento das atividades dos representantes eleitos Outubro/2010

2011
AI/SEB/UNICEF/ Observatório
Jovem/ Representantes do Parlamento Nacional

CONTATO
Ana Beatriz Cabral

Diretora Substituta
Diretoria de Concepções e Orientações Curriculares para Educação Básica – SEB/MEC
Fone: 55 61 20228454 / Fax: 55 61 20228328
E-mail: anacabral@mec.gov.br

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Projeto " Campo limpo de embalagens de agrotóxico"

                                        

                                         ESTADO DE MATO GROSSO
                                  SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO
                             E.E. “ANGELINA FRANCISCON MAZUTTI”
                         Fone: (0xx65) 3387 - 1298 Campos de Júlio-MT Brasil
                   End: Rua Volmir Taborda Câmara S/n° Quadra 21 / CEP: 78. 307 – 000



Resumo

O projeto “Campo limpo de embalagens de agrotóxicos” foi desenvolvido pelos alunos Rony Cristian R Silva e Ana Cristina S. Almeida do 3º ano do Ensino Médio da Escola Angelina Franciscon Mazutti, orientados pela Professora Pricila G.O.Adriano de Língua Portuguesa . O mesmo apresenta dados referentes à coleta de produtos fitossanitários no Brasil em Mato Grosso e no município Campos de Júlio. O tema foi escolhido por ser relevante diante do ponto de vista ambiental, social e econômico.

O projeto intenta mostrar se há atualmente uma efetiva coleta das embalagens de agrotóxicos, se os agricultores estão sensibilizados com os cuidados relacionados à devolução das embalagens e ao cumprimento da legislação em vigor. A metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica, entrevistas com Agrônomos, Biólogos, Agricultores, profissional responsável pelo INDEA, ANDAV, INPEV o responsável da central de coleta dos defensivos agrícolas em nosso município, bem como análise de dados e apresentação dos resultados.

Segundo dados do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias, a taxa de coletas das embalagens tem aumentado significamente em todo pais em cumprimento da lei nº. 9.974/00 e regulamentada pelo decreto nº. 4.074/02 que determina a responsabilidade compartilhada entre todos os elos do sistema, agricultores, revendedores, cooperativas agrícolas, fabricantes e poder público.
Nosso município figura no 11ª do ranking de produção de grãos no Brasil e uma das medidas utilizadas para reduzir as perdas de produtividade causadas pelo ataque de pragas e doenças invasoras é a utilização dos produtos fitossanitários.Através dos dados até final do mês de Julho do corrente ano, já foram recolhidas 280 toneladas de embalagens vazias, a meta para 2010 e recolher no município 420 toneladas, 30% a mais que em 2009.
A correta devolução destes produtos é primordial para a saúde humana e consequentemente para a população camposjuliense no intuito de fomentar uma agricultura sustentável.